terça-feira, 20 de outubro de 2009

FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E PSICOLOGIA


A posição votada pela Chapa 1 (ARTSIND UNIFICADA E CST), não referendando uma decisão do Coletivo de Filósofos, Sociólogos e Psicólogos da APEOESP que pretendia realizar o 10º Encontro no segundo final de semana de novembro, não foi o pior retrocesso da luta destes docentes no interior do Sindicato. O fato mais grave foi a proposta aprovada pelo setor majoritário da Diretoria do Sindicato, tirando da Secretaria de Assuntos Educacionais a competência para coordenar as políticas referentes a este setor de luta histórica na nossa entidade.

Quando fui Secretário de Assuntos Educacionais de 2005 a 2008, tive a oportunidade de integrar o coletivo, para conjuntamente organizar dois encontros estaduais, realizar reuniões quase mensais e ajudar a organizar o Encontro Nacional, além de duas caravanas à Brasília e Atos no CEE. Todas estas atividades realizadas com aprovação, participação e coordenação da diretoria da APEOESP. Buscamos sempre o princípio de preservar o Coletivo das disputas internas da entidade, disputas estas legítimas, porém no contexto da luta dos Filósofos, Sociólogos e Psicólogos, canalizadas para o consenso da defesa não só em relação ao retorno das mesmas ao currículo da educação básica, como também para que esse retorno fosse consolidado de forma plena.

Dessa forma considero um grande erro político da atual gestão da entidade através de dirigentes importantes da APEOESP, desautorizarem uma decisão tomada pelos militantes históricos do coletivo e remeterem para o CEPES a decisão sobre o referido evento. Não que o CEPES não tenha legitimidade para deliberar a respeito do tema, porém ao não prever a participação dos membros do coletivo nas decisões, optou-se pela desautorização, como quem pretende expurgar dezenas de militantes das três disciplinas do processo de deliberação e dos seus referidos encaminhamentos.

É preciso registrar também a posição adotada pela Diretora da FOS, a quem tenho um profundo respeito, que inseriu de forma inoportuna na sua fala uma crítica a Constituição da Associação de Filósofos, tema que não estava na pauta. Dando política para a Articulação Sindical, que usou o argumento para reforçar sua posição contrária a proposta de realização do 10º Encontro.

Os ataques ao magistério por parte da política neoliberal muito embora sejam uniformes, atingem de forma mais intensa algumas disciplinas. Nesse contexto é necessária uma resposta seqüenciada para que possamos uniformizar a resistência a esta política. Não é por acaso que a AGB e a ANPUH realizaram no dia 17 na PUC um seminário conjunto para armar os professores de História e Geografia a enfrentar a política de Serra e Paulo Renato. A Filosofia e a Sociologia muito embora tenham recuperado seu status de disciplinas obrigatórias são contempladas de forma precária, isso sem falar na Psicologia que foi banida do currículo em São Paulo. Além desse problema ainda temos a padronização curricular através do currículo imposto, o que requer aprofundamento da discussão e da aprovação de propostas por parte dos professores destas disciplinas para que possamos fortalecer o movimento geral de enfrentamento ao projeto neoliberal tucano em São Paulo.

Quando a Presidente da Entidade encaminhou a votação dessa proposta contra a decisão do coletivo, optei por fazer uma declaração de voto, onde relembrei as lutas tomadas pelo mesmo conjuntamente com a Secretaria de Assuntos Educacionais e deliberadas pelas instâncias da entidade, reiterei que tal decisão confronta-se com a vontade dos Professores de Filosofia, Sociologia e Psicologia da APEOESP, pelo seu caráter anti-democrático e desrespeitoso com os militantes dessa luta histórica do nosso Sindicato.

Professores de Filosofia, Sociologia e Psicologia Uní-vos.

Paulo Neves

Secretário de Comunicações da APEOESP


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